A mente do homem natural não conhece o poder de Deus, pois a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus (1 Co 15.50). Os que estão na carne não podem agradar a Deus (Rm 8.8) e, nesse estado, jamais O encontrarão. Jesus falou a Nicodemos que ele precisava nascer de novo, antes de entrar no reino de Deus. Grande parte da pregação contemporânea procede de mentes voltadas para a carne. Os homens apresentam suas interpretações daquilo que eles pensam ser o Santo dos Santos, quando nem mesmo ainda entraram lá (Hb 10.19). Deus é espírito e seus adoradores têm de adorá-Lo em espírito e em verdade (Jo 4.24).
Em que tipo de poder estamos interessados? O que nos causaria mais impressão: um milagre ou palavras que fortalecem nossa fé? Estamos mais inclinados a vir à igreja, quando sabemos que um milagre será realizado ali ou quando o evangelho será pregado? Deus determinou que o homem seja salvo pela loucura da pregação (1 Co 1.21). Não pretendemos depreciar os milagres, mas o contemplá-los não fortalece a minha fé em uma realidade invisível. Todavia, as palavras podem fazer isso, em particular as palavras das Escrituras! As próprias palavras que o Espírito Santo ensina são capazes de nutrir nossa fé. Quando a palavra de Deus é mesclada com a fé, os homens recebem poder para vencer as decepções deste mundo. Na verdade, os homens precisam chegar ao ponto de receber o amor à verdade, para que sejam salvos.
Existem aqueles que estão mais interessados em manifestações físicas. Insisto que tais pessoas pensem no fato de que a antiga aliança era uma aliança relacionada ao aspecto físico do homem. Nela, Deus afirmava: Cumpre estes mandamentos, e Eu salvarei a ti, tua casa, tua fazenda, tua família, teu gado. Tudo que você precisa fazer é guardar esses poucos mandamentos. O único problema era que o homem não podia obedecê-los. Os mandamentos foram escritos para percebermos o quanto, por natureza, temos caído. Conforme está escrito: Sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo mundo seja culpável perante Deus (Rm 3.19).
Deus é santo, assim também o são os seus mandamentos. Em todo o tempo, Ele sabia que somos incapazes de guardá-los. Contudo, nós não imaginávamos que não poderíamos cumpri-los. Por isso, Deus outorgou aos homens uma oportunidade para estabelecerem sua própria justiça, ao guardarem a lei (Rm 10.3). Se fôssemos capazes de guardar os dez mandamentos, viveríamos (cf. Lv 18.5). Mas todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Se encararmos a lei, face a face, veremos nossa grande necessidade do Salvador! Esta foi a razão porque Deus nos entregou a lei. No próprio ato de dar a lei, Ele estava ”em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co 5.19).
Agora, na época da nova aliança, o poder de Deus se mostra operante em libertar do pecado o homem. O poder de Deus abre o entendimento do homem, para que este receba o evangelho. Ora, como eles ouvirão se ninguém lhes pregar o evangelho? E como alguém lhes falará de Cristo, se Deus não o enviar a pregar? Por isso, as Escrituras afirmam: ”Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52.7).
Vivemos em uma época de impiedades! Estamos em um tempo quando a igreja, em sua maioria, segue outros deuses e prega outro evangelho, que realmente não corresponde às boas-novas das Escrituras. Os líderes de muitas denominações cristãs estão mais interessados em estabelecer grandes igrejas, ao invés de se preocuparem em fortalecer a fé exercida pelos crentes. Afirmo isto a respeito deles, mas não se limita à igreja cristã organizada. Existem, literalmente, milhares de pessoas que declaram crer em Jesus, como Filho de Deus, e, apesar disso, não vêem qualquer necessidade de separarem-se deste mundo vil e pecaminoso. Elas mantêm para com o mundo o mesmo relacionamento que tinham antes de se converterem. Assistem os mesmos filmes repletos de pecado, vão aos mesmos lugares impróprios e ouvem as mesmas músicas carnais. Se não lhe tivessem dito que eles se converteram, você jamais o saberia. Isto, amado, não deve ser assim! Cristo morreu e ressuscitou a fim de que tenhamos poder para abandonar o mundo e nos separarmos dele. Deus está se preparando para destruir este mundo através do fogo, e nós, que sabemos deste fato, estamos no processo de separarmo-nos do mundo. Isto não significa que já atingimos a perfeita santidade em nossos corpos pecaminosos, mas que nossas afeições mudaram em direção a Deus. Não queremos mais fazer as coisas que antes nos separavam de Deus. Todo o nosso coração foi transformado.